Saúde

Vacinação pode contribuir para erradicar rubéola e sarampo no mundo
09-08-2008 14:31

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola, que começa hoje (9) em todo o país, vai contribuir para eliminar do mundo duas das mais importantes doenças, a rubéola e o sarampo, afirmou à Agência Brasil a virologista Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Segundo ela, até o momento, só foi possível eliminar totalmente duas doenças com vacinação. Uma delas foi a varíola, e a outra foi a poliomielite, esta somente nas Américas.

“Temos agora uma nova oportunidade de eliminar duas outras doenças, que são a rubéola e o sarampo, que vêm causando em várias regiões do mundo tanto morbidade (indicador de ocorrência de uma doença em determinada população), quanto um índice de mortalidade bastante expressivo”..

Ela destacou que a rubéola, ao acometer mulheres grávidas que não tenham anti-corpos e sejam suscetíveis ao vírus, pode provocar uma série de doenças nos bebês, como surdez e problemas de desenvolvimento mental. “A gente vê o tamanho da responsabilidade de uma campanha dessas”.

Marilda Siqueira recomendou que todos devem se vacinar, inclusive os homens, já que uma mulher suscetível pode pegar o vírus do companheiro, marido ou namorado, ou em qualquer ambiente em que esteja, já que a transmissão é feita por via respiratória.

“No cinema, na escola, no ambiente de trabalho. Qualquer pessoa que esteja com essa doença poderá transmiti-la para outra que não esteja protegida. Portanto, todos devem tomar a vacina para estarem protegidos e assim a gente conseguir eliminá-la”.

A campanha pretende imunizar, até o dia 12 de setembro, 70.149.025 homens e mulheres brasileiros na faixa dos 20 aos 39 anos de idade. Em cinco estados (Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Norte), também serão vacinadas crianças a partir de 12 anos, 12 anos, além da população indígena que vive em aldeias.

Todas as doses da vacina para a campanha foram importadas pelo governo federal, informou Marilda Siqueira. A campanha no Rio de Janeiro é coordenada pela Secretaria Estadual de Saúde. A iniciativa é reconhecida pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) como a maior operação de vacinação já efetuada em todo o mundo. O governo brasileiro comprometeu-se junto à OPAS em erradicar a rubéola do país até 2010.

A chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz lembrou que a vacina é contra-indicada para mulheres grávidas. Caso uma mulher tome a vacina e descobra, até um mês depois, que está grávida, a recomendação é que procure uma unidade de saúde para fazer um acompanhamento normal da fase pré-natal.

Segundo Marilda Siqueira, na campanha de 2001/2002, quando 28 milhões de mulheres brasileiras foram vacinadas contra a rubéola, 20 mil mulheres que notificaram ter descoberto a gravidez após a vacinação passaram por esse acompanhamento e não tiveram problemas.

“Essas mulheres e seus filhos recém-nascidos foram acompanhados e nenhuma criança nasceu com qualquer dos sintomas da síndrome da rubéola congênita”, assegurou.

O Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz é referência nacional para sarampo e rubéola para o Ministério da Saúde. Ele atua também como referência regional para as Américas, para a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

O laboratório faz o diagnóstico de casos de doenças equizantemáticas, isto é, que causam algum tipo de lesão na pele ou nas mucosas, para identificar são sarampo ou rubéola. Além disso, a unidade da Fiocruz faz análise dos vírus circulantes no país. Esse trabalho permitiu constatar que os vírus que circulam no Brasil atualmente não são mais próprios do país, mas provêm de outras nações.


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