Trabalho e Emprego

Derrubada da PEC é um golpe contra os empregos, apontam sindicalistas
12-03-2009 17:06

Líderes sindicais afirmaram nessa quinta-feira (12) que a derrubada da PEC do Emprego na Assembléia Legislativa foi um golpe contra o mercado de trabalho paranaense. Segundo o economista Cid Cordeiro Silva, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), faltou compreensão do momento econômico a alguns deputados estaduais paranaenses. “Durante uma crise, em que vemos o aumento do desemprego, a proposta do governo traria estabilidade ao mercado do trabalho”, explicou.

O Governo Estadual mandou para a Assembléia Legislativa uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para vincular incentivos fiscais à manutenção de empregos, no entanto a iniciativa foi rejeitada por apenas um voto na quarta-feira (11).

Cid lembrou que alguns países já aprovaram medidas de mesmo conteúdo, com objetivo de minimizar os efeitos da crise econômica mundial. “A proposta paranaense era concatenada com as decisões, por exemplo, da Coréia do Sul e França, que já estão vinculando incentivos fiscais aos empregos”, disse.

O economista ainda rebateu o argumento utilizado por alguns deputados, de que a PEC poderia ter efeito contrário, causando desemprego. “As empresas que vêm buscar benefícios fiscais hoje já estão programadas para a crise, por isso não é aceitável que, depois de receberem incentivos, realizem demissões. A PEC é uma contrapartida que a sociedade exigiria das empresas beneficiadas com recursos públicos”, disse Cordeiro.

O presidente da seção paranaense da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PR), Roni Barbosa, relatou que a notícia da derrubada da PEC do Emprego teve péssima repercussão em todos os sindicatos no Paraná. Roni antecipou que a CUT vai se mobilizar frente ao Legislativo. “Veremos a lista dos deputados que votaram contra ou se ausentaram da votação, para cobrar seu posicionamento.Vamos mostrar aos trabalhadores quem foi favorável aos trabalhadores e quem não foi”, adiantou.

Para Juvenal Pedro Cim, presidente estadual da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a votação foi uma derrota para os trabalhadores, que ficarão sem garantias de emprego durante a crise econômica mundial. “Lamento a falta de sensibilidade dos deputados. Aqueles que votaram contra deixaram os trabalhadores com ainda menos segurança, e justamente no momento em que o desemprego só aumenta. Com a PEC teríamos um poder maior de negociação a mais junto aos empresários”, afirmou.

O diretor de Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil- PR (CTB), Célio das Neves, também lamentou a derrubada da PEC. Ele alertou para o momento de dificuldade dos empregados, já que algumas empresas estariam se aproveitando da crise para reduzir direitos conquistados pelos trabalhadores. “O setor automobilístico, que é o maior beneficiário da redução de impostos, está demitindo e pressionando pela redução de salários e de horas de trabalho. A PEC serviria para defender os empregos, por isso a Central foi totalmente favorável a ela”, disse.

AEN
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