Trabalho e Emprego

Indústria de máquinas quer apoio do governo para manter empregos
01-05-2009 21:12

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil


Brasília - Enquanto trabalhadores metalúrgicos procuram ter esperança neste 1º de Maio de que a crise financeira mundial já tenha mostrado a sua pior face no Brasil, industriais do setor de máquinas e equipamentos querem pedir apoio do governo para não demitir. De acordo com vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Fernando Bueno, se o plano elaborado pelos representantes do setor não for colocado em prática, poderão ocorrer cerca de 50 mil demissões em todo país.

As propostas devem ser apresentadas ao governo nos próximos 15 dias e Bueno assegura que, se elas forem adotadas, será possível manter a massa salarial do setor. "Nossa proposta é clara. Dá para manter o somatório de empregos, com acomodações dentro do setor”, destacou.

Pelo pacote de medidas, que inclui percentuais a serem atingidos, os empresários aceitam reduzir à metade a margem de lucro praticada até agora, segundo o vice-presidente. No entanto, é necessário que as despesas financeiras diminuam em 20% e que haja ainda uma redução no que se paga atualmente em impostos também em 20%.

“Se isso ocorrer não haverá necessidade de se alterar a massa salarial e dá ainda para manter os investimentos para que a gente saia dessa crise melhor do que a gente entrou. Dá para manter os postos de trabalho e a massa salarial. A idéia é de que o número total de empregos seja mantido”, disse Bueno.

Em 2007 o setor de máquinas e equipamentos brasileiro faturou R$ 50 bilhões. Em 2008, experimentou um faturamento de R$ 70 bilhões e os resultados do primeiro trimestre deste ano indicam os patamares de 2007. De acordo com Bueno, os empregos no setor estão ainda nos níveis de 2008, com quase 240 mil postos de trabalho. Em 2007, o setor que fornece bens de produção para outras indústrias empregava no Brasil 211 mil pessoas.

Um argumento para convencer o governo a adotar as medidas será a comparação com os setores que demitiram em massa assim que os efeitos da crise se mostraram no Brasil: celulose e papel, siderurgia e empresas automobilísticas.

"Os setores que mais demitiram foram os que menos precisavam demitir. Eles não tiveram queda de faturamento grande e o peso do pessoal sobre o faturamento era muito pequeno. No caso da indústria de máquinas e equipamentos esse peso chega a 20% do faturamento. Eles demitiram como forma de pressão política para conseguir o que conseguiram. Nós ainda não conseguimos absolutamente nada”, criticou Bueno.

Ele ressaltou que o esforço a ser feito pelas empresas no sentido de manter o emprego deve ser um fator positivo no futuro. “O engenheiro que vira suco não volta mais a ser engenheiro”, considerou. Ele disse que já conversou sobre o assunto com pessoas do governo.
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