Trabalho e Emprego

Paraná coleta 70 mil assinaturas pela redução da jornada de trabalho
02-05-2008 12:07

O governador do Paraná, Roberto Requião, cumprimentou nesta quinta-feira (1º de maio), o presidente da Força Sindical, Sérgio Butka, pela coleta das 70 mil assinaturas ao projeto de lei que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. “O homem tem o trabalho para melhorar a sua vida, e não para escravizá-lo. Se o País está crescendo, é preciso que o trabalhador participe desse crescimento”, disse Requião no “1.º de Maio Solidário”, evento que comemorou o Dia do Trabalhador em Curitiba.

“É por isso que o Governo do Paraná apóia a jornada de 40 horas. Nós queremos melhores salários e menos carga horária para que o homem possa ter descanso, para que o trabalhador possa conviver com a sua família”, reafirmou o governador.

A redução da jornada de trabalho para 40 horas, segundo Requião, é uma luta importante para história dos trabalhadores do Paraná e do Brasil. “No Governo do Paraná a carga horária já é de 40 horas há algum tempo. No momento em que os banqueiros ganham milhões, que os grandes capitais, apostando nas bolsas, enriquecem minorias, por que nós não podemos diminuir a carga horária de trabalho, valorizando o trabalhador e abrindo espaço de convivência e lazer para as famílias?”, questionou.

O projeto de lei que reduz a jornada de trabalho tramita no Senado Federal. As principais centrais sindicais do País — CUT, UGT, CFT, CGTB, e CTB, além da Força Sindical — organizam um abaixo-assinado em favor da aprovação do projeto. Ato similar, organizado pela CUT, se realizou nesta quinta-feira em Foz do Iguaçu.

“O Paraná já atingiu a sua cota. Nós já coletamos 50 mil assinaturas. Hoje, com certeza, vamos coletar mais 20 mil e vamos suplantar a cota paranaense e brasileira. Esperamos entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo menos três milhões de assinaturas no dia 28 de maio”, disse Butka.

A redução da jornada ganhou apoio dos deputados Caíto Quintana (PMDB), Edson Strapasson (PMDB), Luiz Claudio Romanelli (PMDB) e Professor Luizão (PT) que comparecem ao ato da Força Sindical. “O Brasil está bastante amadurecido, a economia está sólida e crescendo, o que permite a redução da jornada de trabalho. Eu considerado a redução importante porque, de imediato, vai gerar em torno de dois milhões de empregos. Vai dar ainda mais condições do trabalhador de ficar com sua família, mais tempo livre, e diminuir os afastamentos por doenças do trabalho”, disse Professor Luizão, líder do PT na Assembléia Legislativa.

“Reduzir jornada significa mais qualidade de emprego, ambiente de trabalho mais saudável, menos doença e menos acidentes. E ao mesmo tempo, vai propiciar aos novos trabalhadores o ingresso ao mercado de trabalho e dessa forma vai tirar muitos jovens da marginalidade e da violência”, avalia Romanelli.

“Tudo aquilo que vêm ao encontro da dignidade da pessoa é apoiado pela Igreja. Tudo aquilo vêm de encontro a dignidade da família, a Igreja apóia. Claro que há que se ver os dois lados, mas volto a dizer que, se é para dignidade da pessoa, para o bem-estar, a integridade da família, (a redução da jornada) têm o apoio da igreja”, disse o padre Reginaldo Manzotti, que celebrou a missa do Dia do Trabalhador.

O reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Moreira, que participou de sorteio de prêmios do evento, disse acreditar que educação e qualificação dos jovens vão permitir o ciclo continuo do crescimento do mercado de trabalho. “É a unidade de todas as pontas da sociedade e da economia. Os trabalhadores, os empresários, a educação para vida e para qualificação. Um salto importante que estamos dando. A redução da jornada contempla todos esses aspectos”, falou Moreira.

AEN
POW INTERNET
<

Nenhum item encontrado