Maná da Segunda

Maná da Segunda: Coisas Caras: Benção ou Fardo?



Por Jim Mathis



Em 1976 comprei um relógio usado de um amigo. Era um Rolex Daytona Cosmograph. Paguei por ele US$ 150. Eu o usei todos os dias pelos 6 anos seguintes, durante os quais gastei cerca de US$ 700 para mantê-lo nas condições apropriadas de funcionamento. Isso incluiu enviá-lo à Suíça numa ocasião para limpeza e lubrificação. Gradualmente se tornou claro para mim que usar um relógio tão dispendioso diariamente não era nada prático. Fazia tanto sentido quanto ir para o trabalho numa Ferrari.



Certo dia, enquanto participava de uma feira em Chicago, um homem que eu nunca tinha visto antes me ofereceu US$ 1.200 em dinheiro pelo relógio que estava no meu pulso. Embora eu não planejasse me separar do relógio, vendi-o imediatamente, sem hesitar. No dia seguinte fui à minha loja de departamentos preferida e comprei um relógio simples de US$ 50, o que me deixou com um lucro de US$ 1.150. Eu não poderia me sentir mais feliz. Eu amei o Rolex e apreciei o seu trabalho de artífice, mas ele havia se tornado um fardo desnecessário.



Durante anos, Paul Newman, o legendário ator, tem sido fotografado diversas vezes usando um relógio exatamente igual ao meu velho Rolex. Aquele modelo desde então se tornou conhecido como o “Relógio do Paul Newman”. Talvez ele tenha achado o relógio mais prático do que eu achei.



Não muito depois de ter vendido o meu Rolex, comecei a notar anúncios de pessoas que se ofereciam para comprar Rolex Daytona por US$ 3.000 ou mais. O valor atual para aquele modelo em particular, penso eu, é US$ 17.000. E recentemente um deles foi vendido em leilão por US$ 84.000.



Se eu me arrependo de ter vendido meu Rolex por US$ 1.200? De modo algum! Certamente que preferiria ter US$ 17.000 a US$ 1.200. Mas para mim, possuir um relógio desse valor seria um fardo tremendo, maior ainda do que aquele que o relógio significou para mim antes que eu o vendesse. Isso pode se aplicar somente a mim, mas eu nunca poderia usar um relógio daquele valor e a tarefa de mantê-lo a salvo e funcionando bem seria um grande incômodo.



Hebreus 12:1, no Novo Testamento da Bíblia, diz: “...livremo-nos de tudo o que nos atrapalha...e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta”. Relógios, carros ou guitarras caros não são coisas más por si mesmas, mas podem nos sobrecarregar e interferir em nossa habilidade para vivermos livremente como gostaríamos, sem sermos estorvados pela preocupação com as nossas “coisas”.



Conheço pessoas que possuem câmeras tão caras que jamais a tiram de dentro de casa; instrumentos musicais tão valiosos que jamais são tocados; carros tão caros que nunca são guiados. Suponho que o conhecimento de possuí-los oferece um certo grau de prazer, mas para mim, são fardos que nos impedem de viver. Ao invés de possuí-los, eles é que nos possuem.



O relógio que uso atualmente foi comprado num quiosque do shopping local. Não é um Rolex, mas funciona tão bem quanto, fornecendo-me a hora com precisão. E já decidi que quando ele parar de funcionar, não vou ter que me preocupar com reparos ou manutenções complicados. Posso simplesmente jogá-lo fora e comprar outro. Ele pode não carregar o prestígio de um Rolex, mas para mim a compensação está em sua conveniência.



Próxima semana tem mais!


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Jim Mathis é Diretor Executivo da CBMC em Kansas City, Kansas e Kansas City, Missouri, U.S.A.. Ele e a esposa, Louise, anteriormente eram proprietários de uma loja de câmeras e processamento de fotos em Overland Park, Kansas. Tradução de Mércia Padovani.


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