Maná da Segunda

Maná da Segunda - Resultado: Amigo ou Inimigo?



Por John D. Beckett

Gunter estava atônito. A reviravolta inesperada dos acontecimentos o pegara totalmente despreparado. Afinal de contas, o conselho da Mastech o colocara na posição de CEO para que a companhia progredisse. Ele sabia que fora escolhido não apenas por suas comprovadas habilidades empresariais, mas também por sua preocupação genuína com as pessoas. Na verdade, Gunter sempre considerara o seu compromisso para com seus empregados como o seu ponto mais forte como líder.

O conselho se mostrara inflexível: “Você está sendo fraco, Gunter. Você se preocupa tanto com as pessoas que não está tomando as decisões mais difíceis. Você jamais conseguirá melhorar os resultados desta companhia se não começar a fazer cortes – diminuir o número de empregados para reduzir custos. Faça isto ou... o corte pode atingir você!”

Essas instruções foram como um soco no estômago de Gunter. Elas iam diretamente contra seus instintos, bem como contra as estratégias que ele vinha empregando para fortalecer a companhia no longo prazo. 

Durante um ano ele vinha se esforçando para construir uma equipe vencedora e produtiva. Agora, a ordem do conselho de administração era: Faça o que for preciso para elevar os lucros! Se Gunter não cortasse a força de trabalho, com certeza seus dias na Mastech estavam contados. Mas será que ele conseguiria prosseguir entusiasmando seus funcionários se tivesse que cortar pessoal ao mesmo tempo?

Questões Para Reflexão/Discussão.:

Com o ultimato recebido por Gunter, você acredita que os empregados estariam melhor com ele permanecendo como seu chefe, mesmo que ele concordasse em efetuar cortes, como fora instruído?

Você acha que Gunter poderia reduzir a força de trabalho de um modo que fosse consistente com o seu nível de cuidado e preocupação com o seu pessoal?

O que Gunter poderia fazer para ajudar o conselho a entender por que o seu nível de cuidado e comprometimento para com o seu pessoal era importante, mesmo que afetasse os lucros desfavoravelmente, pelo menos no curto prazo?

Em que momento você acha que Gunter deveria concluir que não poderia mais trabalhar para a companhia? Que implicações a sua partida acarretaria?

MELHORES PRÁTICAS.:

Uma característica comum aos grandes líderes é a construção de equipes produtivas que proporcionam resultados. Para eles, o desempenho financeiro ajuda a definir a realidade, moldando decisões e direção. Ele serve como um amigo que capacita os líderes a otimizar o desempenho de suas equipes. 

Eles porém jamais usam os resultados – simplesmente lucros e perdas – como um instrumento cego, ignorando o valor das pessoas. Quando os resultados financeiros tornam a redução do quadro funcional necessária e inevitável, grandes líderes agem de forma criativa, sempre demonstrando uma abordagem compassiva ao lidar com aqueles que serão os mais afetados.

Para outras considerações.:

CEOs não podem tomar decisões de forma isolada e autônoma. Eles prestam contas ao conselho de administração e aos acionistas, e têm a responsabilidade de administrar as necessidades e o bem-estar de seus empregados. “Pois eu também sou homem sujeito à autoridade e com soldados sob meu comando. Digo a um: Vá, e ele vai; e a outro: Venha, e ele vem...” (Mateus 8:9).

Geralmente, decisões empresariais são difíceis, mesmo quando podem ser justificadas pelos interesses da matriz. Pessoas reais – com necessidades, preocupações e responsabilidades reais – são grandemente afetadas não apenas pelas decisões corporativas empresariais, mas também pela maneira pela qual tais decisões são implementadas. “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.” (Efésios 4:32).   

Próxima semana tem mais!

Texto de autoria de John D. Beckett, presidente da R. W. Beckett Corporation em Elyria, Ohio, E.U.A., uma das principais fabricantes de sistemas de aquecimento residenciais e comerciais do mundo. Tradução de Mércia Padovani. Revisão de Juan Nieto. (jcnieto20@gmail.com)

MANÁ DA SEGUNDA® é uma reflexão semanal do CBMC - Conectando Business e Mercado a Cristo, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2013 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL

 


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