Testemunho -> Eu a curarei...
Assim diz o Senhor, Deus de Davi, seu predecessor: Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; eu o curarei. II Reis 20:5
Uma experiência de fé incomparável, na qual vivenciamos a prática de toda a teoria que já havíamos estudado ou ouvido falar em nossas vidas com Deus.
Eu tenho 32 anos e meu esposo 41 anos, somos casados há sete anos e temos um casal de filhos, o Daniel com 4 anos e a Julianne com 8 meses.
Dezenove de junho de 2008, um dia comum aos nossos olhos, porém não imaginávamos que seria um dia de milagres, o dia do acontecimento mais intenso em nossas vidas até aquele momento. Estávamos na penúltima semana de gestação da nossa filha Julianne, na última consulta médica do pré-natal e no término da consulta comecei a passar mal. Fui prontamente atendida pelo médico, pois estava na frente dele (provisão de Deus, pois se eu estivesse em qualquer outro lugar teria morrido), em 40 minutos fui levada à maternidade de ambulância, atendida e encaminhada ao centro cirúrgico pela médica chefe (provisão de Deus, pois habitualmente a admissão de pacientes é feita por médicos residentes e a demora é maior).
Eu tive hemorragia, a rotura de uma artéria do útero e, segundo o médico obstetra, um caso incomum, não descrito na literatura médica. O caso foi grave e de alto risco, em mais alguns minutos eu teria morrido, segundo todos os médicos e assistentes que participaram do parto eu sobrevivi por um milagre de Deus, passei seis dias internada, recebi duas transfusões de sangue e levei três meses para me recuperar da anemia severa.
Nossa filha Julianne nasceu com 3.185Kg e precisou ser reanimada, pois não tinha qualquer sinal vital. A nota de Apgar, dada pelo médico no momento do nascimento de um bebê, foi zero com 1 minuto e zero com 5 minutos após o parto. Os médicos pediatras não sabem explicar como não foi dado o óbito dela no momento do nascimento. O cartório e a Secretaria de Saúde questionaram o registro da Julianne alegando erro nas notas de Apgar. Nossa filha teve hipoxia, é uma condição na qual há uma diminuição no suprimento de oxigênio ao cérebro, e isso causa lesões cerebrais definitivas. Segundo os médicos da UTI Neonatal ela não sobreviveria ao primeiro dia de vida.
Até aqui foram dois inesquecíveis milagres, eu estava viva e nossa filha também! Glória a Deus e graças pela sua infinita bondade e misericórdia.
Os primeiros dias foram muito tristes, o sentimento de impotência frente a uma realidade tão dura e um prognóstico tão ruim para nossa filha. Além disso, os médicos habitualmente são realistas e extremamente científicos, isso nos traz as circunstâncias reais que testam nossa fé todos os dias, pois Deus nos fala maravilhas e o cenário é totalmente contrário.
Nossa primeira conversa com o neurologista foi na primeira semana de vida, ele nos disse que seria difícil um bebê em estado tão grave sobreviver aos primeiros 14 dias e que voltaríamos a conversar após este prazo, estes dias pareciam uma eternidade. Com 12 dias nossa filha foi transferida da UTI da maternidade para a UTI Neonatal do Hospital Pequeno Príncipe. Após a transferência, com os recursos necessários, foram realizados os primeiros exames, a tomografia que nos mostrou que muito mais que 90% do cérebro dela havia sido lesionado e o eletro encefalograma que estava extremamente deprimido e com longos trechos isoelétricos, ou seja, praticamente morte cerebral.
Os questionamentos quanto ao amor de Deus, os motivos para que tudo aquilo estivesse acontecendo, os sentimentos de culpa são inevitáveis, nossa mente busca explicações incansavelmente. Entretanto, Deus foi maravilhoso, pois não há um só motivo que nos faça sentir culpado. Dias antes do parto, em conversa com Deus, pedi a Ele uma palavra sobre o nascimento da Julianne, pois estava muito angustiada, e a palavra de Deus foi “tudo que acontecer será para manifestação da glória de Deus”.
Passaram-se os 14 dias, decorrido quase um mês eu chorei muito diante de Deus, pedi a Ele uma resposta sobre a cura da nossa filha, pois o prognóstico médico era muito ruim, nossa filha faleceria ou provavelmente teria muitas seqüelas, ela estava totalmente sem mobilidade. Clamei ao Senhor e pedi que ele me desse um sinal, pois já havíamos lido vários trechos bíblicos e todas as palavras eram de fé e vitória, porém não conseguia transmitir essa confiança e repassar isso para as outras pessoas. Pedi a Ele que nossa filha, que estava imóvel, abrisse os dois olhos e que fossem bem abertos para que eu não tivesse dúvida do sinal de Deus. Fomos à visita da noite ao hospital e eu conversava com ela e pedia que ela abrisse os olhos, que piscasse para a mamãe, fui embora frustrada. Clamei a Deus novamente e, no dia seguinte pela manhã, a Julianne abriu os dois olhos e, não fui só eu que vi, a enfermeira que estava cuidando dela viu e chamou os médicos e a equipe que estava de plantão para ver. Foi maravilhoso, Deus não deixou dúvidas. Além do sinal, pedi a Deus que confirmasse pela sua Palavra e o versículo que Deus nos deu foi “Por isso uma vez mais deixarei atônito esse povo com maravilha e mais maravilha; a sabedoria dos sábios perecerá, a inteligência dos inteligentes se desvanecerá” Is 29:14.
A Julianne está agora com oito meses, 8,7Kg, continua internada e ainda necessita da ventilação mecânica para respirar, mas já teve uma parada cardiorrespiratória com quase dois meses, já passou por 4 infecções, sendo que uma delas causou septicemia e suas plaquetas chegaram a 7.000, o normal é acima de 150.000. Os médicos não sabem explicar como ela sobreviveu ao quadro neurológico e tampouco às infecções. Ela começou a mostrar alguns movimentos dos membros, do tronco e recentemente da boca. Abre os olhos e já tivemos a impressão (esporádica) de que ela acompanha objetos e pessoas com os olhos, também tem algumas reações de deglutição e sucção.
Quanto aos resultados dos exames, a tomografia mais recente está praticamente igual às anteriores, porém até o momento não tem qualquer indicação de cirurgia, o que seria comum com a formação de hidrocefalias. O eletro encefalograma apresentou melhora, já existe atividade cerebral contínua e os movimentos elétricos estão um pouco menos deprimidos, aparecendo de forma desordenada, outra boa notícia é que ela não apresenta crises nos exames ou clinicamente.
Os médicos falam constantemente que ela é um milagre e já ouvimos várias afirmações como “os exames não condizem com o que sua filha faz” ou “a ciência não explica a sua filha”. Isso é conforto de Deus para nós, pois temos a certeza de que Ele está no controle.
Temos a promessa de Deus e estamos passando pela provação do tempo, e o tempo pertence a Deus, sabemos que estamos sendo usados para os propósitos de Deus nas nossas vidas e na vida daqueles que estão ao nosso redor. Damos graças a Deus, pois tem nos amado, sustentado e fortalecido as nossas vidas. Agradecemos muito ao nosso filho pelo amor, paciência e pelo encorajamento que ele representa, a nossa filha pela demonstração de força e amor a vida, a nossa família que tem sido apoio, cuidado e carinho conosco, a nossa família da fé que sempre esteve presente e nos sustenta em oração e com muito carinho.
Continuamos crendo e confiando em Deus!
“Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem”. Hb 11:1
Danielle G. Stofella e Ricardo Stofella
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